segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Depoimento de Alfredo Maia


Ao longo do meu exercício de funções sindicais – primeiro como vice-presidente (1993-2000), depois como presidente da Direcção do SJ (2000-2014), muitos me perguntaram por que razões deve o Sindicato dos Jornalistas ter um Conselho Deontológico. 

A existência de um órgão de auto-regulação dos jornalistas, que só se tornou possível e aceite pela classe em condições de liberdade, após a Revolução do 25 de Abril, é uma condição essencial de credibilidade da profissão. 
Mas também é a fonte primordial da energia para as tarefas de defesa e promoção dos direitos e interesses dos jornalistas, assim como do direito do público a uma informação de qualidade.
A subordinação dos jornalistas a um quadro muito claro de deveres – consagrados, desde logo, no seu Código Deontológico, sufragado em referendo aberto a todos os titulares de carteira profissional – integra o indeclinável contrato de lealdade com o público. 
Tal contrato implica um compromisso com o rigor, a rejeição do sensacionalismo, a lisura de métodos, a lealdade para com fontes e pessoas objecto do seu trabalho, a responsabilidade pessoal pelos actos profissionais e pelas suas consequências, o escrúpulo ético no respeito pelos direitos dos outros.
Sendo os jornalistas (não só mas também) trabalhadores dependentes, a subordinação ao seu Código Deontológico implica igualmente o dever de não se submeterem a práticas que ponham em causa a credibilidade do seu trabalho.
Costumamos dizer que o compromisso com deveres (e nisso assenta a deontologia) é o estribo da reivindicação de direitos – profissionais e laborais. Por isso, faz todo o sentido existir o Conselho Deontológico no Sindicato. Por isso, deve ser valorizado. É por isso que me candidato na lista A – Unidade e Participação.

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Os eleitos pela lista A