quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Depoimento de Carlos Lopes Pereira



Um combate democrático

A maioria dos jornalistas portugueses enfrenta hoje problemas muito complexos.
Esses desafios são conhecidos: da insegurança laboral ao clima de intimidação, passando pelos mecanismos de controlo da produção de informação, pela imposição de agendas e critérios que mercantilizam a informação, pelas limitações ao pluralismo político e ideológico. Tudo isso empobrece o jornalismo e condiciona a liberdade de informação.
O jornalista Fernando Correia, que estudou esta problemática, considera que agrava-se cada vez mais a contradição, inerente ao capitalismo, «entre o crescente poder social dos media e a sua apropriação privada para fins lucrativos, especulativos, de conquista de poder ou de influência no poder».
Tais constrangimentos e pressões sobre os jornalistas são ainda maiores nos media regionais e locais do interior do País. Aqui, avança a desertificação, as empresas são frágeis, o mercado publicitário é pequeno, jornais e rádios sobrevivem com enormes sacrifícios, aprofundam-se dependências.
A eleição para os diferentes órgãos do Sindicato dos Jornalistas é o momento indicado para renovar o debate sobre estas e outras questões e preparar a continuação da luta para além da votação. 
O lema da candidatura da Lista A ao Conselho Deontológico e ao Conselho Geral, «Unidade e Participação», é um óptima bandeira. Com o apoio de um SJ plural e interventivo, cabe a toda a classe, unida em torno do essencial, participar desse combate democrático em defesa dos jornalistas e do jornalismo. 

(Carlos Lopes Pereira é jornalista no “Diário do Alentejo”) 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.

Os eleitos pela lista A