Em 2012, os jornalistas denunciaram aquilo que foi
considerado um escândalo nacional. Enfermeiros iam ser contratados a quatro
euros à hora para o Serviço Nacional de Saúde.
Ninguém relatou, contudo, que entre os jornalistas que
faziam essa notícia também havia quem ganhasse quatro euros à hora ou pouco
mais do que isso.
A realidade das condições em que trabalham muitos
jornalistas é esquecida, escondida até por muitos dos próprios jornalistas. E é
preciso também denunciá-la através de um sindicalismo forte, de um Sindicato
forte.
Entre os jornalistas são poucos os que acreditam no
sindicalismo, influenciados por um discurso unânime contra os sindicatos que
tem dominado o debate mas também pelo medo que impera, cada vez mais, nas
redacções onde a ditadura das audiências e dos cliques tem afastado o
jornalismo de uma informação cuidada, tratada e rigorosa.
O jornalismo tornou-se num imediatismo noticioso, a um ritmo
frenético em que o jornalista é chamado a fazer tudo e mais alguma coisa ao
mesmo tempo, em que o jornalista frequentemente é obrigado a trabalhar todos e
os mais variados temas, em que o jornalista acaba muitas vezes a cobrir
acontecimentos que pouco ou nada contribuem para o direito de informar mas são
mais publi-reportagens ou entretenimento ao serviço de poderes escondidos.
O direito dos jornalistas de dizerem NÃO está consagrado em
lei, mas em redacções enfraquecidas e muitas vezes desorientadas raramente se
verifica.
Um Conselho Deontológico forte e um Conselho Geral mais
participativo poderá fazer face às degradadas condições em que os jornalistas
trabalham actualmente.
É preciso dizer Não ao estado a que chegámos e só com
Unidade e Participação o podemos fazer. É hora!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.